quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Conferência da AIESEC em Maputo... I am still learning



No final de semana de 21 a 23 de Outubro depois de quase 4 meses de Moçambique, finalmente conheci Maputo. Sai na quinta-feira a noite de Tete e quando cheguei ao aeroporto estavam duas meninas da AIESEC me esperando. Estava empolgada e tive um feeling muito legal de como se tivesse começando o meu intercâmbio novamente, pois tudo estava sendo novidade. As meninas me deixaram na casa da Ligia, uma brasileira que foi do MC de Moçambique e que agora também é trainee na Vale. Ela me recepcionou da melhor forma possível e me fez sentir em casa, como uma verdadeira aieseca faz e como muitas vezes eu fiz com as pessoas que iam para conferências em São Paulo e ficavam em casa. Fomos jantar em uma pizzaria (detalhe da pizza gigante) com mais 2 aiesecos e depois ficamos até tarde contando histórias de conferências e de experiencias de EBs. Me senti entre amigos de longa data!
Na sexta-feira acordei cedo e encontrei a Lauren, outra trainee que também mora em Tete. Fomos em um parque que tem uma feirinha e as duas ficaram loucas! Comprei muitas coisinhas com cara de África para mandar de lembrancinha para o Brasil. Depois disso, almoçamos em um restaurante italiano que me fez delirar com a salada de salmão e quiche. A tarde fomos passear no shopping e comecei acreditar que Moçambique não é Tete, e que Maputo é uma cidade grande e tem infra-estrutura como tal.
No sábado começou oficialmente a conferencia para os trainees. As 9:00 estava programado para encontrarmos todo o pessoal para irmos para a Reserva Especial de Maputo, no qual segundo um booklet que recebemos, havia 240 elefantes e espécies como o antílope, cabritos vermelho e cinzento, hipopótamos , crocodilos do Nilo, etc.
O primeiro sinal de que o passeio não iria dar certo foi o atraso de quase 3 horas do chapa. Chapa é um transporte utilizado em Moçambique, normalmente são vans ilegais que fazem o papel do transporte público. O nosso chapa contratado acabou atropelando uma velhinha e precisamos aguardar por um outro. Assim nossa aventura começou as 12h. Ficamos cerca de duas horas chacoalhando no carro até pararmos em um bar de beira de estrada para almoçar. Cardápio único: Gazela com arroz ou chima (papa de farinha parecida com a nossa polenta). Optei por comer apenas a chima. Nesse bar tive provavelmente o primeiro ápice de choque cultural.
Quando chegamos no lugar tinha um bêbado e um louco. O bêbado ficou só falando alto na língua local, mas o louco subiu na árvore e em certo momento veio perto da mesa e pegou o braço de uma menina. Não senti medo, mas senti um incomodo profundo, uma rejeição da comida, do local, do momento. Queria estar no meu conforto, pois estava muito calor e eu não estava gostando da situação. Como eu estava ciente de que faz parte do processo de aprendizagem, tentei me acalmar e conversar com as pessoas que estavam juntos.
Mais meia hora e chegamos na tão esperada reserva. Contudo, a pessoa que estava na porta fez duas perguntas simples: O carro tem tração nas 4 rodas? O motorista já veio aqui alguma vez? E é claro que a resposta foi não. Ou seja, não poderíamos entrar na reserva. Tentamos negociar ainda, mas o policial responsável da reserva não foi nada flexível, pois estavam ocorrendo “caça furtiva” no local e eles estavam investigando. WTF???
Meu segundo ápice de choque cultural ocorreu nesse momento. Como ninguém ligou para perguntar como se fazia o passeio?? Cade o planejamento? Como você coloca 15 pessoas em uma van e não sabe nem onde vai almoçar? Como, como e como?? Mais um suspiro e relaxei… aqui é assim, eles simplesmente não sabem planejar e executar. E os que sabem são muito bem sucedidos…

Tiramos apenas uma foto de recordação do passeio! O bom de tudo isso é que o grupo foi muito aieseco e ninguém perdeu o bom humor… até mesmo na hora que o carro atolou na areia e tivemos que empurrar. Mas o meu dia ainda estava por ser salvo. No caminho da volta, tivemos que pegar uma balsa e lá tinha um cara com um pau cheio de vidros de esmaltes. Ele pinta a unha das pessoas na rua! E é claro que mulher que é mulher muda de humor quando tem as unhas feitas…. Eu nem precisei sair da van para ele começar o trabalho que demorou menos de 10 minutos e custou 50 meticais (R$ 2,50).
Chegamos no local da conferencia e as pessoas estavam se preparando para o jantar de gala. Nós não tínhamos um quarto pronto ainda e eu quis xingar um, mas o meu eterno espírito de OC não me permitiu…
O jantar de gala foi legal e deu um feeling bom de acreditar na AIESEC, de ver vidas sendo impactadas e de deixar todo o resto de lado e mais uma vez querer acreditar que nós somos fodas! Me senti como uma trainee tal como nunca tinha sentido antes. Senti orgulho de pertencer ao meu CL querido e de ver durante a apresentação a foto do nosso segundo trainne, o Ivan, um moçambicano que ficou 3 meses no Brasil, trabalhando na Odebrecth.
Depois do jantar, começou a festa… Não uma festa do estilo conferencia brasileira, mas um festa que foi ótimo pois foi completada por brasileiros.

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