segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Família na África: Joanesburgo, Lion Park e Elephant Sanctuary - parte 2

Continuação...

No dia 27, meus pais e minha irmã partiram para a África do Sul. Eu fui trabalhar e viajei somente a noite para Maputo. Dormi no aeroporto para que eu pudesse pegar o primeiro voo para Joanesburgo no dia 28 cedo. Chegando em Joanesburgo, o nosso guia turístico, que super recomendo, estava me esperando. O nome dele é Sydney Sachiwo (www.nzewetours.co.za), de origem do Zimbabué, mas casado com uma moçambicana e fala português perfeitamente, além de outras línguas locais.

O city tour por Joanesburgo começou no Top of Africa, um prédio comercial de 223 metros, 50 andares, no centro da cidade, que foi por 41 anos o mais alto da Africa. Fomos até o ultimo andar e de la é possível ter uma visão de 360 graus da cidade e da devastação das minas de ouro.
A próxima parada foi o Apartheid Museum, ou o Museu do Apartheid. Premiado e aclamado internacionalmente, foi inaugurado em 2001 e conta em todos os detalhes a história do Apartheid, um regime que assolou a população negra sul-africana durante o século XX e marcou para sempre a história do país, e cujo princípio básico era a segregação racial, com uma clara divisão e distanciamento entre a população branca e a população negra. É uma verdadeira aula de história, principalmente para os leigos no assunto, como eu, que pouco sabia sobre o regime e acabei aprendendo bastante no museu.


Entrada do museu

Continuamos o passeio e a próxima parada foi o bairro de Soweto, considerada a maior e mais conhecida favela da África do Sul. Com grande importância histórica e cultural, há várias atrações que podem ser visitadas.

Como católicos, decidimos parar na Igreja Regina Mundi, para agradecer pelo passeio. Não foi apenas mais uma visita, mas uma outra aula de história. Essa igreja desempenhou um papel fundamental na luta contra o apartheid.  As reuniões políticas na maioria dos locais públicos foram proibidos, e assim a igreja tornou-se o principal lugar onde as pessoas do Soweto poderiam se reunir e discutir sobre politica, dando assim a reputação de ser um dos principais centros de ativismo anti- apartheid.  Em junho de 1976, quando os estudantes foram baleados pela polícia em Orlando West, muitas pessoas fugiram para Regina Mundi. A polícia entrou na igreja disparando. Ninguém foi morto, porém a própria igreja foi danificada, sendo que tanto o seu interior, como as paredes externas da igreja ainda carregam os sinais dos tiroteios.
Os vitrais restaurados são lindíssimos e no altar principal, tivemos a feliz surpresa de encontrar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, o que fez com que nos sentíssemos mais abençoados pela viagem.
Almoçamos em Soweto e fomos posteriormente visitar outras atrações do local: a Nelson Mandela House e Hector Pieterson Square.
O primeiro trata-se da casa onde Nelson Mandela viveu entre 1946 e 1962, e onde após ser libertado morou por apenas 11 dias. O interior do museu abriga alguns móveis e objetos originais, bem como fotografias e citações de Mandela. Vale a pena a visitação!



Entrada da Casa de Mandela
O Hector Pieterson Square trata-se de uma praça com um memorial a Hector Pieterson, um garoto sul-africano de 13 anos morto nos braços de uma colega que fugia de policiais durante os confrontos ocorridos em Soweto, durante o Apartheid. Ele tornou-se conhecido devido a uma fotografia que foi publicada por todo o mundo no dia seguinte à tragédia. Impossível não se comover no local. O nosso guia deu maior veracidade a todos os fatos, pois por ser negro conseguiu nos passar uma visão sentimental realista.


Nossa ultima parada foi no Soccer City, estádio que abrigou a partida inicial da Copa do Mundo de Futebol da África do Sul, em 2010. Segundo nosso guia, a maioria dos estádios estão sendo sub-utilizados, gerando custo ao pais. 

Soccer City

Finalizando o dia, fomos jantar no famoso restaurante Moyo. Com uma seleção incrível de comidas exóticas e especializado em cozinha africana, este restaurante se localiza na área de Melrose Arch. O ambiente é bem descontraído e decorado e os funcionários vestem trajes típicos. Há ainda a possibilidade de se pintar o rosto e, se sentar na parte de dentro, apreciar um show com musicas africanas. 

Restaurante Moyo



No dia 29, fizemos o check out do Protea Hotel Balalaika Sandton (recomendo) e pegamos a van rumo ao Lion Park, localizado a 20 km do distrito de Sandton. Como o próprio nome já diz, é o Parque dos leões. A área do parque é o lar de mais de 85 leões, incluindo os raros leões brancos, que são a principal atração do local. Pode-se dizer que o parque é um misto de safári com zoológico, pois ao mesmo tempo em que a maioria dos animais vivem soltos livremente em seu habitat natural, alguns estão dentro de jaulas e cercados para serem observados pelos visitantes.

Fizemos a visitação ao parque em duas etapas. A primeira etapa é uma espécie de safári, que pode ser realizada de forma auto-guiada em veículo próprio. Nada muito emocionante, mas vale a pena pelos leões brancos e seus filhotes.


Já a segunda parte é feita a pé, num estilo mais zoológico, onde é possível alimentar girafas e avestruz, além de poder tocar e brincar com os filhotes de leão. Recomendo, nem que seja para tirar uma foto da aventura!

Alimentando uma girafa


Fofinhos, mas deu um medinho
A aventura continuou no Elephant Sanctuary, local onde participamos de um programa de interação com os elefantes. Primeiramente fomos levados para uma área florestal, no qual ouvimos algumas curiosidades dos elefantes africanos e pudemos tocar e interagir com os eles, além de tirar fotos.

Foto oficial da viagem!
Depois pudemos ainda alimenta-los e dar uma volta com eles segurando na tromba. 

Continua...





"As criaturas que habitam esta terra em que vivemos, sejam elas seres humanos ou animais, estão aqui para contribuir, cada uma com sua maneira peculiar, para a beleza e a prosperidade do mundo." Dalai Lama





Um comentário:

  1. Querida, gostou da imagem de N. Sra. Aparecida? Eu fui o responsável por levá-la até la para entregar á Regina Mundi num ato ecumênico. Foi lindo ! Que surpresa boa o ser relato! Um abraço e Deus a abençõe. Wellington Pantaleão

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